Sussurros

Sussurros...

Dedilhar sobre um velho piano empoeirado,
Poder ouvir o vento ressoar sobre as cortinas.
De repente sentir o coração saltar dentro do peito,
A esperança chegar,
Assim como o sol aquecer minha face.
Poder obter aquela sessação de um beijo num dia ensolarado,
Ou dos dedos entrelaçados, e talvez lançados contra o tempo.
Uma controvérsia enlouquecedora.
Correr para atravessá-lo.
Rompê-lo.
Quisera eu um passante da vida, poder dar vidas aos sussurros do dia.
Um controlador do tempo.
Uma bussola mágica desejaria.
Talvez obtivesse um saber magnânimo se fizesse esse feito.
Nada de erros, nada de pesares, nada de controversas...
Voltar ao passado seria minha dieta do dia, meu rezar.
Contudo ao olhar para fora, lá onde o sol brilha com nuvens claras onde quase posso tocá-las.
Eu penso.
E não. Não desejaria esse feito. Pois na verdade nada de magnifico tiraria.
Que terrível maldição seria esta de nunca viver?
Poderia ir um pouco mais adiante, dando passos maiores que meu pequeno corpo.
Dizer aos quatro ventos que o D. do destino grita!
Porque é assim a beleza da vida.
Destino. Destino.
Vida. Vida.
Matemáticos, químicos e quem sabe astrólogos diriam que estaria louca em pensar em tolices.
Eu riria. Riria com todo meu ser, e rolaria pela relva e abria os braços e olharia para este céu que aprecio neste momento e diria que talvez um pouco de loucura se apoderou do meu corpo.
Entretanto é a loucura de viver, é a essência da vida que me deixa meio poeta, meio filosófica.
De chorar ao andar pela rua vendo um senhor carregar um saco pesado de entulhos nas costas.
De sentir o peito apertar ao observar como a criança sorri brincando com um boneca quebrada, no meio do lixo.
Imaginando que talvez aquele feito do tempo pudesse funcionar para estas pessoas... Mas então quando vejo um lágrimas rolar por minha face aquele senhor e aquela criança me dão seus melhores sorrisos.
E ali tenho minha resposta.


Lara Emanuelle :)