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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Permita-me...



Estilhaça-me, 
Revira-me, 
Toca-me, 
Transborde frente à mim, não recue, não me dê as costas, 
Não lamente, não olha-me como fosse um ser estranho, entenda-me. 
Persista mesmo quando não lhe falar, mesmo se me fechar, mas não me abandone co

mo se fosse o último ser intocável do mundo,
Permita-me.
Reflita-me, à aqui uma alma talvez incansável que tolamente quer ...
Você.
És impossível referir-me como um ser, ou mesmo um objeto mesmo que muito me tratem assim,
Não reprimo-me ou entro na tendente moda depressiva que a sociedade impões,
Vago por entre ruelas,
Paro e lhe observo abatido, cansado,
Quisera poder lhe tocar,
Entretanto a muito me recusou,
Disseste as frases feitas:
'não quero mais você'
'você acabou comigo'
'você me destruiu'
'não resta nada'
'não é você e sim eu'
Sendo que apenas não me escutou,
Não ouviu que esse seria o momento do silêncio,
Que era preciso uma reforma,
Mudanças...
Contudo 'não' foi sua resposta, e eu entendo ou tento,
Sinto-me desaparecer de seu lado,
Minha sombra é sugada para outros lugares,
Há outros que me clamam e pra lá sigo com a dor que me corroí,
Então escalo montes, mergulho até o mais profundo do oceano,
Claro que até mesmo cruzei os sete mares como um pirata,
Um pirata talvez?
Um ladrão?
Não.
Sou paciente.
Livre arbítrio o mestre dos mestre impôs...
Sim, não sou Ele.
Algo elevado meramente intocável e totalmente acessível.
Algo como fonte,
Algo como Elixir,
Quem sou?
É fácil...
Prazer eu me chamo vida.





Lara Emanuelle



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Imperfeição




Perfeito.
Belo.
Certo.
Branco.
Preto.
Um.
Dois.
Homem. 
Mulher.
Qual o adequado?
Qual o conceituado?
O melhor apresentável?
O falar digno.
O andar-Miss.
O posar pedante.
O olhar meigo.
Grosseiro.
Galante.
Gordo.
Magro.
A sociedade dita.
A igreja condena.
A humanidade critica.
A família destrói.
Perfeição.
Verdade.
Falsidade.
Onde estaria o melhor?
O pior?
Milhões de por quê.
Um morte aqui.
Outra lá.
Para onde foi a magia?
Os heróis?
Salvação.
Morte.
Inferno.
Por onde andar?
Onde estaria as respostas?
Fora.
Dentro.
Com.
Sem.
Milagre.
Você.
Apenas você.


Lara Emanuelle



Estranho



Parece estranho digerir, 
Estranho falar,
Tocar, 
Andar.
O chão lhe suga, 
Mãos invisíveis lhe puxam, 
Uma dança silenciosa,
Uma tormenta,
Será esse o seu fim?
O relógio aponta para meia-noite e,
O sono não vem.
Dormir se tornou desnecessário, 
Acordar para um novo dia,
Vazio.
O vento sussurra.
A vida lhe fita.
Um sorriso frouxo em seu rosto,
Talvez seja sua chance,
Não o fim.
Parece estranho,
Assustador.
Contudo ainda há você.
Ainda há vida.
Lágrimas se inclinam pelo seu rosto,
Olhos pesam,
E você dorme,
Não para sempre, 
Apenas para um novo dia.

Lara Emanuelle

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Armadura


Pronto para guerra?
Alguns diriam sim outros não.
E haveria aqueles que diriam...
''Que guerra?''
Ei, pessoa acorde!
A guerra da vida.
Alguns precisam de um sacolejo. 
É tão ausente a falta de percepção que poderia ser franca, dizendo...
''Patética''.
O que acontece com a humanidade?
Vários dos mais talentosos tentaram entender,
E morreram tentando.
Contudo é aí a questão. 
Não dá.
Cada um segue o seu curso, o seu caminho. 
Porém se ela muda, se para, se desisti...
É aí que nós seres conscientes entramos.
Nós não podemos ficar de braços cruzados.
Há um humanos, seres viventes morrendo!
O mundo se destruindo.
Claro que não vamos sair batendo de porta em porta - o que não seria uma má ideia.
Mas alguns me condenariam.
Certo. Desculpe... 
Enfim ao ponto, que é,
Pessoas ajudem pessoas!
Voltando ao recomeço, novamente?
Sim!
Porque esse é o x da equação, não é eu...
É nós!
É ajudar o seu próximo, acolher o seu irmão. Gritar ser for preciso se este não o ouvir.
Mas não o deixe morrer. Não o deixe morrer por este motivos.
Há um guerra e nenhum deve morrer e sim lutar!


Lara Emanuelle

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quem é você...?


Quem é você...?
Já lhe fizeram essa pergunta?
Uma pergunta fácil, porém complexa.
Se passasse alguém do seu lado o que dizer?
Sem formalidades, nada de ficar contando sua arvore genealógica, 
Apenas você sem mascarás,
No nu.
É estranho, não?
Relevar-se ao desconhecido?
Entretanto ás vezes é preciso.
O olhar no espelho.
Encarar você, ver as suas imperfeições
Estudar o seu rosto.
A quanto tempo não para, frente a frente e analisa as suas rugas?
As suas linhas de expressão estão cada vez mais diferentes.
Exatas a sua idade talvez, ou é como eu alguém que a pele não dita a idade.
O seu corpo. Faz tempo que não se enamora?
Talvez esteja só, e isso é bom.
Bom para este momento.
O de conhecer você.
De quando alguém lhe perguntar quem é você, saiba a resposta.
Talvez você seja alguém que está coberta de um passado de demônios,
Onde um dia os guardou como na caixa de Pandora.
Porém isso não importa.
Não pense nas palavras bonitas,
Talvez ultrapasse alguns minutos. Ou precise de horas para contar quem é você.
Até lá, não perca tempo e descobra-se.

Lara Emanuelle


Oceano


Oceano que me enche.
Intenso ou não aqui estou, submersa em meu próprio eu.
Avisto de longe a humanidade.
Meros seres mortais, que pensam no pra sempre,
Mas vivem enfornados no passado.
Na caixa da segurança.
Na gravata com o nó firme,
Sapatos lustrosos e sorrisos que dizem: tudo bem.
Um mero aceno de certeza.
Onde há tal jovem guerreiro da armadura mais reluzente,
O qual poderia ser capaz de tiraria verdades,
Talvez pudesse ser o seu herói.
O seu melhor amigo.
E aqui estou no fundo do oceano a observar, os seres curiosos e mortais.
Um passo dá glória e apenas três do fracasso.


Lara Emanuelle


Veredas


Ei garota, garoto.
Estranho incompleto.
Psicótico ou não.
És mais um dia, 
De ruelas entediantes, 
De rotinas.
Cafés e torradas com geleia.
E eu odeio geleia.
E cabe aí exatamente a questão.
Meu menino, minha menina, meu estranho completo...
...Podemos nos conformar com os tempos descritos?
Onde nosso corpo acorda sem o soar do despertador.
Um tanto melancólico diria. 
Onde seu cérebro, seu corpo, estão ritmados a isto.
O que fazer? - está seria a pergunta mais adequada.
Contudo diria - eu não sei.
Porque não cabe a mim ditar vidas.
E sim a cada um.
Como diria o sábio livro, nós temos o livre arbítrio.
Com isso diria: qual escolhe?


Lara Emanuelle